A
cena acontece em um restaurante-boteco, no fim do século passado
(1999, se não me falha a memória). Estamos conversando eu e mais
quatro professores de um Centro Universitário que fica ali bem
pertinho. Um deles acaba de publicar um livro de
poesias-altíssimo-nível e ficamos todos entusiasmados com a ideia de
que é sim possível produzir arte de verdade, independentemente de se
ganhar ou não o pão de cada dia com esse trabalho. Lá pelas tantas,
alguém cita uma frase ouvida diretamente de um dos irmãos Campos
(creio que do Haroldo, mas não garanto...): “Não tem outro jeito,
na arte, como em qualquer atividade, o importante é manter a
produção.”
Acho
que foi também o eco dessas palavras um dos motivos para que eu criasse este blog, lá no comecinho de 2012. Algo que contribuísse para
manter meu foco no compromisso, com sei-lá-quem, de publicar os
trecos que ficam aí embaixo.
Mas então...
Mas então...
Uma
fibrilação atrial, um mega-vazamento de água em minha casa e uma
greve bagunçaram meus planos tão plenamente planejados, e com a maior
facilidade. Sim, sim, sim, sempre podemos construir muros e
obstáculos assentando esses tijolinhos de desculpas. Um
espirito de insurreição, no entanto, ainda vive aqui dentro!
De modo que as linhas e cores oferecidas aqui marcam o (re)início da minha
batalha (já vitoriosa) contra a pasmaceira.
Ah,
nesta empreitada, troquei o TwistedBrush pelo simpaticíssimo MyPaint
(também gratuito), que se mostrou fabuloso pra quem gosta de
aquarela.
Reflexões