domingo, 27 de abril de 2014

Aperte a tecla verde CONFIRMA


Desde que ouvi a frase “Não me venham com a problemática que eu tenho a solucionática!”, pareceu que ela servia exatinha pra descrever minha postura diante das complicações e dos nós que, vira e mexe, acabam se metendo no caminho. Mas as contradições moram em todo canto, e em outros cômodos da minha vida as coisas não são bem assim. Por exemplo, quando sou pintor ou leitor ou estudante de ciência ou de filosofia ou estou passando por qualquer lugar ermo do pensamento abstrato, me sinto infinitamente mais feliz visitando as regiões nebulosas do que as ideias limpas e claras. É naquelas que eu quero mergulhar e me sentir perdido, sabendo quase secretamente que dali a pouco pego uma trilha e retorno à superficie.
E achei que ia ser sempre assim, no mundo áspero do chão e do Sol eu escolhia a RESPOSTA; já na esfera etérea das ideias e dos sonhos eu me deleitava com as PERGUNTAS. Acontece que, se por acaso, vai que o chão e o sonho se misturam? E aí? Como é que fica?
pergunta-ou-resposta?chão-ou-ideia?Sol-ou-sonho? E de repente POW! A gente dá de cara na parede!
E aí cai, levanta sem pelo menos dois dentes da frente e fica meio atordoado pra escolher um rumo. Acho que nessa hora é que as pessoas viram gente grande e “fazem o que têm que fazer”, seja lá o que for isso. Não tenho certeza, mas desconfio que eu, em pé diante da encruzilhada, vou sentir uma enorme vontade de ficar embalando as duas (ou tantas quantas forem) desescolhas nos meus braços até o fim dos tempos e do tempo...

estado fundamental

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