Esta foi uma das
primeiras frases que li e significou uma revelação fantástica,
ocupando lugar de destaque no meu conjunto de eventos
importantíssimos. Sabe aqueles fatos que marcam uma quebra, uma
mudança de tudo? Você era um antes dele e ficou outro, bem
diferente, depois. Então, foi assim, ganhei poderes de enxergar estruturas que quase ninguém mais via. Estava entendendo o mundo e era
capaz de reconstruir qualquer coisa, na minha cabeça, com aqueles
tijolinhos fantásticos, os Átomos.
Pois é, o tempo
continuou girando as rodas e as mentes e aconteceu que, muitos e
muitos passos depois, Shakespeare me conduziu a uma nova guinada:
“somos feitos da mesma matéria dos sonhos”. Pronto! um Tsunami
poderosíssimo que não deixou próton sobre próton e chegou
justamente quando eu começava a sentir a frustração de não ter
conseguido jamais encontrar a fórmula molecular da paixão, ou do
riso, ou da surpresa. Muitas das engrenagens que erguiam, sustentavam
e construíam meu universo desmantelaram e receberam um revestimento
de intenções, desejos e de mágica. Novo cenário, novo eu - tudo é
feito com os átomos que nós sonhamos!
As rodas persistiam
girando e girando (é sempre assim?) e o descompasso entre pulso e
pensamento transbordou: escrevi uma peça, interrompi o mestrado em
física, fui ser pintor.
Principiou um vai e vem
sem fim de tintas e quarks, poesia e leptons, com voltas, voltas e
mais voltas e eis que estou, nesse tempo que acontece agora, um
professor (mais comum do que deveria) diante de uma turma com trinta
alunos, falando de estrutura da matéria: “tudo é feito de...”
lá ia eu, seguindo o trilho, repetindo tudo que se repete, sem
deixar nem um dedinho de prosa pro bardo inglês.
Ôpa, ôpa,
ôpa! pópará!
Pisa rápido num freio
qualquer!
Ou então acelera esse
trem pra fora da estrada e tira o cinto de segurança!
Ah, e trinca os
dentes...que o mergulho vem chegando, ô se vem!
Dropbox
Boa produção!
ResponderExcluirViu conexôes com algum trabalho de mestrado???
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